Apesar da alegria provável dos corintianos[1],
devotos católicos e membros de religiões afro-brasileiras, em contrapartida, em
diversos sites, blogs e rede social, cristãos evangélicos orquestram uma
campanha contra esta nova produção da Rede Globo, com a acusação de que esta
dramaturgia é um culto a SÃO JORGE[2], um
ídolo católico ou um santo das religiões afro-brasileiras. Será isso
procedente?
Historicamente, Jorge da Capadócia (Ásia Menor, atual
Turquia), é um personagem associado a um jovem padre e soldado romano durante o
império de cruel Diocleciano, século III a.C. Opôs-se ao decreto do imperador que
por inveja propunha assassinar todos os cristãos, declarando no Senado Romano
que aquilo era um abuso de poder, e que o erro estava em adorar os ídolos pagãos.
Tamanha ousadia e coragem, lhe rendeu grande ira de Diocleciano, que o torturou
severamente até a morte por degola, sem contudo negar a fé em Cristo como único
digno de adoração.
Seu martírio, como de muitos outros cristãos, tornou-se
célebre, fazendo dele um santo para o povo ignorante, que pedia amuletos e
relíquias com seu nome, inclusive fazendo surgir a lenda de que tinha lutado e
vencido um dragão que atormentava uma cidade. Vendo aí uma chance de lucro, a
Igreja Romana canonizou-o em 494
a .C e hoje é um dos mais populares santos católicos.
O sincretismo da religiosidade brasileira, fez dele um ídolo
pop importante, associando aos orixás Oxossi ou Ogum, dependendo do lugar do
Brasil. Isso porque dentro da mitologia
yorubá, uma das mais fortes culturas africanas e representadas pela umbanda e candomblé,
essas entidades são os deuses da guerra e das armas. Este São Jorge católico
ainda ganha seus sósias em outras mitologias, como o herói nórdico Sigurd, ao
deus romano Marte, ao deuses gregos Ares, Vulcano e Hefesto.
Com esse pano histórico religioso, a Globo que sabidamente é
católica e afro-religiosa, quis matar dois coelhos com a uma só paulada, usando
o conhecido dizer popular. Obviamente a novela não é uma tese em defesa do
sagrado, mas com o roteiro carregado de religiosidade sincretista, a Família
Marinho quer fretar com católicos e todos os adeptos das religiões
afro-descendentes, que compõe maioria da população brasileira.
Sacada de marketing? Sim. Confissão de fé? Sim também. Mas o
que esperar de uma empresa secular e pagão ao mesmo tempo? Um autêntico Evangelho?
Horários nobres para nossas igrejas? Isso não é papel da Globo, nem obrigação
do Marinhos. Isso é meu papel, é seu papel como crente!
E que o Brasil escolha a quem quer servir, aos deuses falsos
condenados pelo jovem guerreiro Jorge da Capadócia, ou ao Senhor Jesus. E mais, você já viu um botão na sua tv ON/OFF?
Sugiro usar ele de vez em quando!
Ah! Antes que me esqueça, a expressão “Salve Jorge” é um
paralelo ao que os católicos dizem “Ave Maria”, ao que os romanos diziam “Salve/Ave
César” e ao que vc diz “Glória a Deus”. O Jorge Bem Jor fez sua escolha http://letras.mus.br/jorge-ben-jor/75518/
e vc, o que vai fazer?
"Filhinhos, guardai-vos dos ídolos.
Amém." (I João 5:21)
"ORA, no tocante às coisas sacrificadas
aos ídolos, sabemos que todos temos ciência. A ciência incha, mas o amor
edifica." (I Coríntios 8:1)
[1] São Jorge é o padroeiro
oficial do Sport Club Corinthias.
Talvez daí tenha surgido o termo “fiel” usado pela torcida.
[2] A vida e
martírio deste soldado cristão foi relatada pelos historiadores Lactâncio, em
seu livro “Sobre a morte dos perseguidores”; e por e Eusébio, em sua “História
da Igreja”, mas sem referência às muitas lendas envolvendo-o.
Nenhum comentário:
Postar um comentário